Não confundir o site do Terço dos Homens :
www.tercodoshomens.com.br
com o
www.tercodoshomens.org.br
que é o mesmo
www.tercodoshomensmaerainha.org.br
Este site apresenta, com exclusividade, o Terço dos
Homens rezado nas suas origens pelo primeiro tesoureiro,
um dos fundadores do grupo.
Sr. Manoel Pedral, falecido à mais de 40 anos -
ouçam
81 ANOS DE GRAÇAS E
BÊNÇÃOS
no Brasil e no mundo
Notícias
do Vaticano - continuação das "Famílias de hoje" |
PÁGINA INICIAL |
|
|
"As famílias de hoje": I
Catequese preparatória ao IX Encontro Mundial das
Famílias |
|
A organização do IX Encontro Mundial das Famílias
preparou uma série de catequeses preparatórias ao grande
evento que se realizará em Dublin, de 21 a 26 de agosto.
Primeira Catequese - As famílias de hoje
"Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu
estávamos angustiados, á tua procura". (Lc. 2, 48)
Maria, mulher da escuta, abre os nossos ouvidos; faz com
que saibamos ouvir a Palavra do teu filho Jesus entre as
mil palavras deste mundo;
faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos,
cada pessoa que encontrarmos,
especialmente aquela que é pobre, necessitada, em
dificuldade. Maria, mulher da decisão,
ilumina a nossa mente e o nosso coração,para que
saibamos obedecer a Palavra do teu Filho Jesus,
sem hesitação; dá-nos a coragem da decisão, para não nos
deixar arrastar para que outros orientem nossa vida.
Maria, mulher de ação, faz com que as nossas mãos e pés
se movem “com pressa” para os outros,
para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus,para
levar, como você, a luz do Evangelho ao mundo. Amém.
(Papa Francisco, Praça São Pedro 31 de maio de 2013)
Os Evangelhos nos narram poucas histórias sobre os
acontecimentos da Sagrada Família de Nazaré. Muito é
deixado ao nosso imaginário, considerando que foram
cerca de trinta anos em que Jesus viveu em Nazaré com os
seus. Os poucos episódios transmitidos tornaram-se
fundamentais para compreender o mistério desta família.
A única história que nos apresenta Jesus aos doze anos
(naquela época, a idade não era apenas de um menino, mas
de uma pessoa que atingiu recentemente a idade da
maturidade) que interage com seus pais, está no
Evangelho de Lucas e é assim dita a história da
"descoberta de Jesus no templo para discutir com os
doutores da lei".
Nós certamente esperamos a narração de uma página
idílica da Sagrada Família, um pouco como a dos
comerciais, em que todos os membros da família são
lindos, sempre sorridentes e brilhantes, em total e
absoluto entendimento mútuo, no entanto, com a nossa
grande maravilha, o Evangelho nos dá outra história.
Para usar um termo muito na moda hoje, a Família de
Nazaré "entra em crise".
Maria e José são pessoas muito religiosas, vão
pontualmente todos os anos ao templo de Jerusalém para a
festa da Páscoa, como nos narra Lucas, eles trazem com
eles Jesus para educá-Lo também nesses ritmos
religiosos, mas de repente, durante a viagem de retorno
de Jerusalém, depois de uma jornada de caminhada, eles
não encontram Jesus na comitiva.
Essa família vai para rezar, mas aparentemente sua
oração e sua devoção religiosa não os preservam desse
tipo de vicissitudes familiares.
2 Imaginemos o que
Maria e José podem experimentar diante desse evento
absolutamente imprevisto.
Um pai e, acima de tudo, uma mãe pode bem entender a
angústia absurda em que um pai experimenta quando ele
não encontra o filho e não saber onde procurá-lo.
Portanto, esta Família Santa não nos causa uma boa
impressão, não nos dá um bom testemunho e não pode
ser-nos um exemplo.
Por que o evangelista Lucas nos mantém contando e
deixando essa história dramática assim? Tudo isso
destrói a maneira como pensamos desta Família, e
certamente nos projeta para outra coisa, em outro lugar,
em direção a um mistério maior que escapa à nossa
compreensão.
Papa Francisco, então, em Amoris laetitia abre os nossos
olhos precisamente sobre este mistério: «a Bíblia é
povoada por famílias, gerações, histórias de amor e de
crises familiares, desde a primeira página, onde entra
em cena a família de Adão e Eva, com sua carga de
violência, mas também com a força da vida que continua» (cf.
Gn 4) (Al. 8).
A Palavra de Deus não nos apresenta de modo algum uma
imagem idealista e abstrata de família, como
esperávamos, mas oferece ao nosso olhar, diferentes
histórias de famílias concretas, com a singularidade e
unicidade de seus problemas, dificuldades e desafios.
A Palavra nos projeta em realidade com «a presença da
dor, do mal, da violência que dilacera a vida da família
e a sua intima comunhão de vida e de amor» (Al. 19). Da
mesma forma «apresenta o ícone da família de Nazaré, com
sua vida quotidiana feita de trabalhos e até pesadelos,
como quando teve que sofrer a violência incompreensível
de Herodes, uma experiência que é tragicamente repetida
ainda hoje em muitas famílias de refugiados rejeitados e
desamparados».
O ponto fundamental, então, não é a ausência de crise
nas famílias (não há uma única família, nem mesmo a
Sagrada Família, que esteja isenta), mas como reagir
diante de qualquer crise. A história de Lucas em sua
previsão e concretude oferece a todas as famílias as
coordenadas fundamentais que tornam uma verdadeira
escola de vida para todos.
À primeira vista, nós os pais de hoje, todos cuidando e
prestando atenção aos nossos filhos, colheremos
imediatamente a imprudência de José e Maria ao deixar o
próprio Filho sozinho e desamparado durante um dia
inteiro em sua viagem de volta para casa.
Na realidade, naquela cultura, Jesus não é mais
considerado um menor, e é por isso que ele é tratado
como um de sua idade. Além disso, no entanto, podemos
compreender outro elemento mais profundo, dando-lhe um
nome que é muito utilizado tanto na esfera social como
na esfera eclesial: “desafio educacional”.
A este respeito, o Papa Francisco oferece a todos nós
uma prospectiva indicação: «a obsessão, porém, não é
educativa; e também não é possível ter o controle de
todas as situações onde um filho poderá chegar a
encontrar-se. […] Assim, a grande questão não é onde
está fisicamente o filho, com quem está neste momento,
mas onde se encontra em sentido existencial, onde está
posicionado do ponto de vista das suas convicções, dos
seus objetivos, dos seus desejos, do seu projeto de
vida. Por isso, eis as perguntas que faço aos pais:
«procuramos compreender “onde” os filhos verdadeiramente
3 estão no seu caminho? Sabemos onde está realmente a
sua alma? E, sobretudo, queremos sabê-lo”»? (Al. 261).
Muitas vezes, estamos diante de tantos pais, todos
cuidando para que seu filho possa aprender muitas
atividades, como educativas, esportivas, artísticas,
talvez empurrando-o para fazer coisas que eles mesmos
gostariam de ter feito enquanto jovens, mas que nunca
param com eles apenas para ouvir, por um momento, o
mundo interior do seu coração. José e Maria correram
esse risco, com toda a angústia que isso implica, e
somente após três dias, três dias muito longos e
intermináveis, encontram Jesus no templo.
A sua primeira reação é justamente o espanto, porque,
como lemos em Amoris laetitia, «é inevitável que cada
filho nos surpreenda com os projetos que brotam desta
liberdade, que rompa os nossos esquemas; e é bom que
isto aconteça. A educação envolve a tarefa de promover
liberdades responsáveis, que, nas encruzilhadas, saibam
optar com sensatez e inteligência; pessoas que
compreendam sem reservas que a sua vida e a vida da sua
comunidade estão nas suas mãos e que esta liberdade é um
dom imenso». (Al. 262). O filho é sempre uma surpresa, é
sempre um mistério para os pais desde a sua concepção.
«Com os progressos feitos pela ciência, é possível saber
de antemão a cor que terá o cabelo da criança e as
doenças que poderá ter no futuro, porque todas as
características somáticas daquela pessoa estão inscritas
no seu código genético já no estado embrionário. Mas,
conhecê-lo em plenitude, só consegue o Pai do Céu que o
criou: o mais precioso, o mais importante só Ele
conhece, pois é Ele que sabe quem é aquela criança, qual
é a sua identidade mais profunda». (Al. 170).
Portanto, diante do mistério do filho, a atitude mais
verdadeira nunca pode ser a de julgamento, da desilusão,
da acusação, da condenação. Quantas vezes essas
declarações são provenientes dos lábios dos pais que
realmente matam um filho: “você não é o filho que eu
esperava”! Diante disto «reflexo vivo do seu amor,
sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e
indissociável do ser pai e mãe» (Al. 165).
A atitude mais sagrada é a abertura para as surpresas de
Deus. Tudo isso não é realizado de uma maneira
espiritualista ou, nem menos, desumano. É claro que o
inesperado aborrece, perturba e provoca angustias, como
no caso de José e Maria, que com grande angústia estão à
procura de Jesus. O Evangelho não desumaniza o coração
do homem, mas respeita e dá voz aos sentimentos, que não
são nem bons nem maus, e, ao mesmo tempo, ensina-nos
como nos relacionar com nossos sentimentos: sempre
devemos questionar-nos e perguntar.
Eles fazem uma pergunta a Jesus, antes é precisamente
Maria, que em nome de ambos, pergunta a Jesus. As
palavras que ela usa de uma forma extraordinária em
poucas linhas nos abrem ao verdadeiro mistério da
parentalidade: «Filho, por que agiste assim conosco?
Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua
procura» (Lc. 2, 48). O filho sempre continua sendo um
filho e, como tal, sempre deve ser chamado, reconhecido
e amado.
Ao filho precisa sempre perguntar e questionar, nunca
para ser acusado e condenado, e um pai nunca deve ter
medo de se colocar no relacionamento com seu filho:
“porque você me fez isso”? A situação em jogo não é a
regra moral ou o dever ou o que é certo ou errado. O que
mais importa é o relacionamento e, neste caso
específico, a relação fundamental entre pais e filho.
Maria vai ainda mais além. Ela evidencia não apenas a
relação entre pais e filho, mas a relação entre pai e
mãe e filho em sua completude e integridade.
É ela, a mãe, a falar não só em seu nome, mas primeiro
em nome de seu pai e depois em seu nome. Por trás dessa
sequência se ofusca uma ordem extraordinária da
paternidade e da maternidade em relação à prole. Com
razão, Papa Francisco afirma que «ambos «contribuem,
cada um à sua maneira, para o crescimento duma criança.
Respeitar a dignidade duma criança significa afirmar a
sua necessidade e o seu direito natural a ter uma mãe e
um pai».
Não se trata apenas do amor do pai e da mãe
separadamente, mas também do amor entre eles, captado
como fonte da própria existência, como ninho acolhedor e
como fundamento da família. Caso contrário, o filho
parece reduzir-se a uma posse caprichosa. Ambos, homem e
mulher, pai e mãe, são «“cooperadores do amor de Deus
criador e como que os seus intérprete”. Mostram aos seus
filhos o rosto materno e o rosto paterno do Senhor» (Al.
172).
Porque é Maria e não José a falar? Porque ela menciona
seu marido primeiro? Porque de que desde que o mundo é
mundo, não podemos de modo algum negar a singularidade
do relacionamento da mãe com o filho concebido e
carregado em seu ventre: é ela quem «colabora com Deus,
para que se verifique o milagre duma nova vida» (Al.
168). Este carregar o filho dentro de si, em suas
próprias entranhas, não é apenas um elemento anatômico
ou fisiológico ou temporal da mãe, mas afirma uma
dimensão permanente que caracteriza a maternidade da
mulher.
Maria fala a Jesus porque ela tem um relacionamento de
maior proximidade e intimidade com seu filho, mas ao
mesmo tempo (uma coisa que deveriam aprender a fazer
sempre todas as mães de hoje) ela atua como
intermediária de José e afirma a antecedência da
paternidade em relação a maternidade. Aqui estamos longe
de um discurso cultural, social ou moral, ou ainda mais,
machista, que afirma a prioridade do pai sobre a mãe. A
história do Evangelho projeta nosso olhar muito mais
longe, mais profundo e mais alto: o pai é como um sinal
da Paternidade de Deus. Em vez disso, o que
testemunhamos hoje?
Para «uma “sociedade sem pais”. Na cultura ocidental, a
figura do pai estaria simbolicamente ausente,
distorcida, desvanecida». (Al. 176). O Evangelho então
nos ilumina sobre uma verdade fundamental: «os filhos
têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando
voltam dos seus fracassos. Farão de tudo para não o
admitir, para não o revelar, mas precisam dele» (Al.
177).
Se Maria e José podem interagir como mãe e pai em
relação a Jesus, é porque sua cumplicidade conjugal está
viva.
Com que frequência esquecemos que o fundamento da
parentalidade não é a prole (não nos tornamos pais
unicamente com o nascimento natural do filho, e José é
um testemunho concreto), mas com a conjugalidade do
casal. De fato, a crise fundamental vivida hoje mais do
que nunca pelas famílias preocupa-se precisamente com o
analfabetismo
5 afetivo que parte da relação fundamental
entre os cônjuges em todas as outras áreas, gerando a
«“cultura do provisório”.
Refiro-me, por exemplo, à rapidez com que as pessoas
passam duma relação afetiva para outra. Creem que o
amor, como acontece nas redes sociais, se possa conectar
ou desconectar ao gosto do consumidor e inclusive
bloquear rapidamente. Penso também no medo que desperta
a perspectiva dum compromisso permanente, na obsessão
pelo tempo livre, nas relações que medem custos e
benefícios e mantêm-se apenas se forem um meio para
remediar a solidão, ter proteção ou receber algum
serviço.
Transpõe-se para as relações afetivas o que acontece com
os objetos e o meio ambiente: tudo é descartável, cada
um usa e joga fora, gasta e rompe, aproveita e espreme
enquanto serve; depois… adeus» (Al. 39). Tudo isso
desencoraja claramente a geração mais jovem em formar
uma família, assustada pelo fracasso daqueles que
fizeram essa escolha antes deles. Nesse sentido, a
Família de Nazaré torna-se um farol não ideal, mas real,
porque também, nas contradições e nos absurdos de seus
acontecimentos de vida, mostra a todas as gerações «a
alegria do amor» (Al. 1) que se vive dentro de casa.
Por esta razão, o Santo Padre afirma resolutamente: «a
aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada
Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a
cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as
vicissitudes da vida e da história. Sobre este
fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode
tornar-se uma luz na escuridão do mundo. “Aqui se
aprende (…) uma lição de vida familiar.
Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão
de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter
sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é
preciosa e insubstituível a educação familiar e como é
fundamental e incomparável a sua função no plano
social”» (Al. 66). Queremos aprender a ser uma família?
Vamos jogar fora o modelo idealista que temos em nossa
cabeça e olhemos para a Sagrada Família, que mostra a
todos como os eventos críticos da vida são uma fonte
inesgotável de graça e de santificação para o mundo
inteiro.
Em Família
Para refletir:
1. O que significa que uma crise familiar possa se
tornar uma fonte inesgotável de graça?
2. Qual é a singularidade da maternidade ou da
paternidade?
Prática:
1. Certamente na sua vida familiar e conjugal há
dificuldades, problemas, as chamadas “crises”. Como você
lidou com elas? Como, por outro lado, você poderia
enfrentá-las à luz da catequese que meditou?
2. Como você vive o seu ser pai ou sua mãe em relação ao
cônjuge que Deus colocou ao seu lado? Como fazer o seu
filho ou seus filhos experimentarem a inter-relação
entre a paternidade e a maternidade?
Na Igreja
Para refletir:
1. Porque diante da cultura do provisório não atrai a
beleza da cultura do para sempre do amor? 2. Em que
sentido a Paternidade de Deus é o fundamento de toda
paternidade terrena?
Prática:
1. Como uma comunidade
eclesial deve interagir com as múltiplas e frequentes
crises familiares? Qual estilo, quais métodos, quais
instrumentos, quais espaços e o que mais é chamada a
oferecer?
2. Ser pai e ser mãe é a missão mais difícil e mais
complexa. Como a Igreja é chamada a levar a sua
contribuição nesta missão singular e única? |
|
O Terço
(Rosário) dos Homens não exige
nada e não cobra nada da vida pessoal dos seus
participantes, o que faz
com que seus membros se sintam livres, e a liberdade dá ao
homem o poder de ser aquilo que ele deseja ser, daí as
transformações se sucederem de modo espontâneo
causado pelo contato que os mesmos passam a ter
com
Deus por intercessão
de Maria. |
|