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«Gaudete
et Exsultate»: Papa propõe modelo cristão de
felicidade como alternativa a sociedade «consumista e
egoísta» |
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Abr 9, 2018 - 11:05
Exortação apostólica propõe santidade para todos, por um
mundo mais humano.
Cidade do Vaticano, 09 abr 2018 (Ecclesia) –
O Papa Francisco publicou hoje a sua nova exortação
apostólica, dedicada à santidade, na qual propõe um
modelo cristão de felicidade como alternativa ao
consumismo, à pressa e à indiferença face ao outro.
“Se não cultivarmos uma certa austeridade, se não
lutarmos contra esta febre que a sociedade de consumo
nos impõe para nos vender coisas, acabamos por nos
transformar em pobres insatisfeitos que tudo querem ter
e provar”, escreve, no documento intitulado
‘Gaudete et Exsultate’ (Alegrai-vos e exultai).
A exortação começa por apresentar-se como um “apelo”
renovado à santidade como proposta radical de vida.
“O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida
verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados.
Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma
vida medíocre, superficial e indecisa”, sublinha
Francisco.
A terceira exortação apostólica do pontificado defende a
necessidade de travar a “corrida febril” da
sociedade contemporânea para recuperar espaço para Deus
e tempo para os outros.
“Tudo se enche de palavras, prazeres epidérmicos e
rumores a uma velocidade cada vez maior; aqui não reina
a alegria, mas a insatisfação de quem não sabe para que
vive”, adverte o pontífice, que fala na tentação de
“absolutizar o tempo livre”.
O Papa considera que esta fixação no próprio ‘eu’
impede o compromisso na ajuda a quem está mal.
“O consumismo hedonista pode enganar-nos, porque, na
obsessão de divertir-nos, acabamos por estar
excessivamente concentrados em nós mesmos, nos nossos
direitos e na exacerbação de ter tempo livre para gozar
a vida”, insiste.
O texto estende o alerta contra o consumismo à
“informação superficial” e às “formas de
comunicação rápida e virtual”, que criam um
“turbilhão”.
Francisco diz que, nesta sociedade, “volta a ressoar
o Evangelho” para oferecer “uma vida diferente,
mais saudável e mais feliz”, a santidade.
Esta, explica, não está reservada apenas a algumas
pessoas, mas encontra-se “por toda a parte”, nas
famílias, no trabalho, naquilo a que o Papa chama como
“classe média da santidade”, inclusive “fora
da Igreja Católica e em áreas muito diferentes”.
“Para ser santo, não é necessário ser Bispo,
Sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos
tentados a pensar que a santidade esteja reservada
apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das
ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração”.
O Papa elogia os “estilos femininos de santidade”
que se manifestaram, ao longo da história, em “tantas
mulheres desconhecidas ou esquecidas que sustentaram e
transformaram, cada uma a seu modo, famílias e
comunidades com a força do seu testemunho”.
A ‘Gaudete et Exsultate’ recomenda a santidade
dos “pequenos gestos”, que impede de falar mal
dos outros, olha para o pobre e reserva tempo para a
oração.
Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te
deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te
deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te
torna menos humano, porque é o encontro da tua
fragilidade com a força da graça. No fundo, como dizia
León Bloy, na vida “existe apenas uma tristeza: a de
não ser santo”.
O Papa elenca “grandes manifestações do amor a Deus e
ao próximo” que devem contrariar uma cultura marcada
pela “ansiedade nervosa e violenta”, “o
negativismo e a tristeza” ou o individualismo,
rejeitando “tantas formas de falsa espiritualidade
sem encontro com Deus que reinam no mercado religioso
atual”.
Francisco convida a “permanecer centrado, firme em
Deus” e a evitar a participação em “redes de
violência verbal através da internet”.
“Mesmo nos media católicos, é possível ultrapassar os
limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e
parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama
alheia”, adverte.
Papa Francisco em homenagem a São Pio de Pietrelcina.
O Papa sublinha que um santo não gasta as suas energias
a “lamentar-se dos erros alheios” e evita “a
violência verbal que destrói e maltrata”.
“O santo é capaz de viver com alegria e sentido de
humor. Sem perder o realismo, ilumina os outros com um
espírito positivo e rico de esperança”, acrescenta.
O texto elogia a “ousadia” nas comunidades
católicas e diz que a santificação é um caminho
comunitário, “contra a tendência para o
individualismo consumista que acaba por isolar, na busca
do bem-estar à margem dos outros”.
A exortação apostólica, forma de documento menos solene
que as encíclicas, é um documento pontifício de índole
catequética.
Francisco usa citações de vários Papa, autores cristãos
e conferências episcopais, bem como, entre outras obras,
os “Relatos de um Peregrino Russo”.
OC |
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O Terço
(Rosário) dos Homens não exige
nada e não cobra nada da vida pessoal dos seus
participantes, o que faz
com que seus membros se sintam livres, e a liberdade dá ao
homem o poder de ser aquilo que ele deseja ser, daí as
transformações se sucederem de modo espontâneo
causado pelo contato que os mesmos passam a ter
com
Deus por intercessão
de Maria. |
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